sábado, 28 de novembro de 2009

SESSÕES MEDIÚNICAS - Parte V

Sessões de consulta - As sessões de consulta são as mais antigas da prá¡tica espí­rita, muito anteriores á elaboração da doutrina. Marcaram profundamente os tempos mitológicos, prolongando-se nos tempos bí­blicos na fase medieval. A trí­pode mágica dos oráculos e das pitonisas, a mesinha de três pés, que ressurgiria na era moderna com a dança das mesas, é a antecessora remota da gueridon francesa, da mesinha de três pés dos salões parisienses do século XVIII, que provocaram a atenção de Kardec. Utilizadas em toda a Antiguidade para consultas sérias aos espí­ritos, como vemos no caso da pitonisa de Endor (na Bí­blia), tornaram-se na leviana sociedade oitocentista européia em objetos de diversão e passatempo. Ainda hoje são empregadas na prática espí­rita para consultas levianas ou sérias.
Dela surgiram algumas diversificações, como a cestinha de que o próprio Kardec se serviu, a tiptologia por meio de raps, empregada no caso das irmãs Fox, nos Estados Unidos, e as sessões alfabéticas de copinho a que o escritor Monteiro Lobato se dedicou seriamente entre nós, deixando-nos um relato minucioso de suas experiencias interessantí­ssimas, publicado no livro de sua secretária, D. Maria José Sette Ribas, As Sessões Espí­ritas de Monteiro Lobato. O famoso escritor conseguiu comunicações de seus filhos mortos por esse processo e chegou a doutrinar espí­ritos perturbadores.
Considera-se, em geral, que essas sessões são condenadas pelo Espiritismo. O que se condena não é a modalidade, pois todas as formas de comunicação são válidas, quando levadas a sério, mas a leviandade com que tais pessoas se entregam a essa experiencia, com objetivos de simples curiosidade, o que facilita o acesso de espí­ritos inferiores, brincalhões ou maldosos, que põem os médiuns em perigo.
O nome de sessões de copinho provam do fato de usar-se um cálice ou um pequeno copo emborcado sobre uma folha de cartolina ou sobre a mesa de superfí­cie lisa. Na cartolina ou em torno da mesa dispõe um alfabeto em forma circular, com o copinho no centro do cí­rculo. Uma ou mais pessoas colocam levemente um dedo sobre o copinho e este se movimenta indicando as letras que formam palavras. Lobato dispunha da mediunidade de sua esposa, D. Purezinha, vendando os seus olhos. Uma pessoa é incumbida de anotar as letras indicadas. O movimento do copinho atinge geralmente grande velocidade. Como se vê, trata-se de um fenômeno de automatismo psicológico, de que os espí­ritos se servem como na escrita-automática.
As consultas são feitas oralmente pelas pessoas presentes.
Não há nada de mal nessa prática em si.
Num ambiente sério as respostas são também sérias.
A interferencia de espíritos brincalhões ou perturbadores pode ser convertida em auxí­lio para os mesmos, como fazia Lobato. O mal está nas consultas, que sendo quase sempre levianas ou absurdas, que, quando insistentes, acabam por ser respondidas por espí­ritos levianos.
Os espí­ritos sérios se afastam, como é natural, deixando que os interrogantes façam a experiencia de que necessitam.
Não é raro algumas pessoas sensí­veis saí­rem perturbadas da experiencia. Esse o motivo por que, em geral, os espí­ritas não aconselham essa prática. Levada a sério, entretanto, ela pode servir para boas comunicações e para provar ao médium que as comunicações não provam dele mesmo, desconfiança comum a que se entregam os médiuns de comunicações orais ainda não suficientemente experimentados e pouco conhecedores da doutrina.


Do livro O Espí­rito e o Tempo - Herculano Pires


(Faça o download do livro: http://www.autoresespiritasclassicos.com/Autores%20Espiritas%20Classicos%20%20Diversos/Herculano%20Pires/Nova%20pasta%20(15)/Herculano%20Pires%20-%20O%20Espírito%20e%20o%20Tempo.htm)


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