"Sejam, pois, vocês outros, perfeitos, como perfeito é o Pai celestial” .
Jesus (Mateus, 5:48)
Um sentimento de piedade deve sempre animar o coração dos que se reúnem sob as vistas do Senhor e imploram a assistência dos bons Espíritos.
Pois, purifiquem os seus corações; não permitam que neles demore qualquer pensamento mundano ou fútil. Elevem oseu espírito àqueles por quem chamam, a fim de que, encontrando em vocês as necessárias disposições, possam lançar em profusão a semente que é preciso germine em suas almas e dê frutos de caridade e justiça.Todavia, não julguem que,exortando-se incessantemente à prece e à evocação mental, pretendamos que vivam uma vida mística, que os conserve fora das leis da sociedade onde estão condenados a viver. Não; vivam com os homens da sua época, como devem viver os homens.
Sacrifiquem às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrifiquem com um sentimento de pureza que as possa santificar.
São chamados a estar em contacto com espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choquem a nenhum daqueles com quem estiverem.
Sejam joviais, sejam ditosos, mas seja a sua jovialidade a que provém de uma consciência limpa, seja a sua ventura a do herdeiro do Céu que conta os dias que faltam para entrar na posse da sua herança.
A virtude não consiste em assumirem aspecto severo e fúnebre, em repelirem os prazeres que
as suas condições humanas os permitem.
Basta que reportem todos os atos da sua vida ao Criador que a deu a vocês; basta que, quando começarem ou acabarem uma obra, elevem o pensamento a esse Criador e lhe peçam, num arroubo d’alma, ou a sua proteção para que obtenham êxito, ou a sua bênção para ela, se a concluíram.
Em tudo o que fizerem, elevem à Fonte de todas as coisas, para que nenhuma de suas ações deixe de ser purificada e santificada pela lembrança de Deus.
Como disse o Cristo, a perfeição está toda na prática da caridade absoluta; mas, os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o maior.
Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse isolado.
Unicamente no contato com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele encontra ensejo de praticá-la.
Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta.
Não imaginem, portanto, que, para viverem em comunicação constante conosco, para viverem sob as vistas do Senhor, seja preciso que se torturem e se cubram de cinzas.
Não, não, ainda uma vez dizemos sejam ditosos segundo as necessidades da Humanidade; mas, que jamais na sua felicidade entre um pensamento ou um ato que o possa ofender, ou fazer-se vele o semblante dos que os amam e dirigem.
Deus é amor, e aqueles que amam santamente ele os abençoa.
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Um Espírito Protetor
(O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec – Cap. XVII, Item 10)
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