segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Selo de Reconhecimento de Amizade



Recebi essa homenagem do Amigo KG


Funciona assim:

Escolho dez amigos para declarar a minha amizade e os nomeio num post.

Em seguida visito os seus blogs e comunico a nomeação.

Cada um deverá nomear mais dez, e assim sucessivamente.


Não há prêmios, apenas a nossa declaração sincera de afeto.

Quer prêmio melhor que esse?

Esses são os meus blogs indicados:
Obrigado, KG!



sábado, 28 de novembro de 2009

CONTO DE NATAL


A noite é quase gelada...
Contudo, Mariazinha
É a menina de outras noites
Que treme, tosse e caminha...


Guizos longe, guizos perto...
É Natal de paz e amor.
Há muitas vozes cantando:
“Louvado seja o Senhor!”


A rua parece nova
Qual jardim que floresceu.
Cada vitrine enfeitada
Repete: “Jesus nasceu!”


Descalça, vestido roto,
Mariazinha lá vai...
Sozinha, sem mãe que a beije,
Menina triste, sem pai.


Aqui e ali, pede um pão...
Está faminta e doente. -
“Vadia, saia depressa!”
É o grito de muita gente.


-“Menina ladra! outros dizem.
-“Fuja daqui, pata feia!
Toda criança perdida
Deve dormir na cadeia.”


Mariazinha tem fome
E chora, sentindo em torno
O vento que traz o aroma
Do pão aquecido ao forno.


Abatida, fatigada,
Depois de percurso enorme,
Estira-se na calçada...
Tenta o sono mais não dorme.


Nisso, um moço calmo e belo
Surge e fala, doce e brando:
- Mariazinha, você
Está dormindo ou pensando?


A pequenina responde,
Erguendo os bracinhos nus:
- Hoje é dia de Natal,
Estou pensando em Jesus.


- Não recorda mais alguém?
E ela, a chorar, disse:
-Eu Penso também com saudade,
Em minha mãe que morreu...


- Se Jesus aparecesse,
Que é que você queria?
- Queria que Ele me desse
Um bolo da padaria...


Depois de comer, então
- E a pobre sorriu contente
Queria um par de sapatos
E uma blusa grande e quente...


Depois... queria uma casa,
Assim como todos têm...
Depois de tudo... eu queria
Uma boneca também...


- Pois saiba Mariazinha,
Eu lhe digo que assim seja!
Você hoje terá tudo
Aquilo que mais deseja.


- Mas, o senhor quem é mesmo?
E ele afirma, olhos em luz:
- Sou seu amigo de sempre,
Minha filha, eu sou Jesus!...


Mariazinha, encantada,
Tonta de imensa alegria,
Pôs a cabeça cansada
Nos braços que Ele estendia...


E dormiu, vendo-se outra,
Em santo deslumbramento,
Aconchegada a Jesus
Na glória do firmamento.


No outro dia, muito cedo,
Quando o lojista abre a porta,
Um corpo caiu de leve...
A menina estava morta.




*


FONTE: Francisco Cândido Xavier. Da obra: Antologia
Mediúnica do Natal. Ditado pelo EspíritoFrancisca Clotilde.




*

ODISSÉIA


Tudo quanto se passa no mundo entre nações, povos, raças e homens, mesmo querelas e malquerenças entre membros da mesma família obedece à inferioridade espiritual da Humanidade.
Deus estabeleceu leis que ninguém pode derrogar, porque são Divinas e eternas.
É pelo esforço do homem e pela vontade de evoluir que ele próprio se transformará.
E então, atingido o mesmo do Espírito, a Terra banirá de si tudo quanto a inferioriza, molesta e lhe causa sofrimento.
Todos os homens nascem, vivem e morrem num corpo de invólucro grosseiro de carne e, enquanto não aprenderem a viver segundo as leis estabelecidas pela sabedoria de Deus Onipotente, ninguém lhes poderá evitar dores e martírios, miséria, fome e todos os horrores da opressão, da violência, da injustiça, do egoísmo e da maldade humana.
Nos altos espaços siderais, reina a harmonia, o amor, a beleza e a felicidade.
Aí vivem os Espíritos que venceram as guerras de todas as tentações e de todos os assédios traiçoeiros da perfídia e perversidade, e aprimoraram as qualidades morais e sentimentos bons que possuíam pelo uso bom que deles fizeram.
Foi uma longa e dura odisseia mas a perseverança que puseram na sua determinação fez de todos, espíritos puros e felizes.
Mereceram a sua passagem a esse lugar de delícias que Deus criou para todos mas que tem de se conquistar pelo merecimento próprio e individual. Então, quando os homens se tornarem todos dignos, usufruirão o direito de a ele pertencerem.
O Senhor não impõe aos homens castigos e humilhações, fome e desgraça mas também não lhes permite ultrapassar o clima malsão onde jazem, sem que aprendam a respeitar-se e a viver de acordo com as leis divinas, para o cumprimento da Lei Maior que liberta o espírito definitivamente do pesado cárcere carnal, e da sua encarnação terrena.
Não os deixa sós entretanto, porque é Bom, Justo e Compassivo, e deu-lhes Consciência, Razão e Vontade para se reabilitarem e elevarem, mas, filhos meus, o que se vê?
O mundo num torvelinho de ódio e insegurança, os maus dominando os fracos, a insídia e mediocridade imperando em todos os campos. Em razão do livre arbítrio, os homens oprimem e maltratam os mansos.
Os outros que nasceram sob a égide cármica, revoltam-se, acusam, provocam o genocídio e um imenso campo de batalha parece instalado neste planeta transitório.
Oh, queridos irmãos, que tormentosa se tornou a existência para os ternos, os infelizes, os humildes e os pobres, de coração tranquilo!
Deus os ajudará a sair desse campo de sangue e dores e abandonará nele os onipotentes da Terra, de coração duro, transformado em pedra, insensíveis, injustos, orgulhosos e cruéis.
E, meus queridos filhos, a chamada ao bom caminho, ao arrependimento e regeneração está prestes a extinguir-se. Calar-se-ão as vozes e os avisos.
Ponderai filhos meus, buscai a consciência e procurai nela as vossas culpas e depois tentai remediá-las dentro do tempo que vos resta, pois poderá não haver nova oportunidade, e até ao ceifar da seara é sempre tempo de reconsiderar.

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La Salette
(Mentora Espiritual)
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SESSÕES MEDIÚNICAS - Parte V

Sessões de consulta - As sessões de consulta são as mais antigas da prá¡tica espí­rita, muito anteriores á elaboração da doutrina. Marcaram profundamente os tempos mitológicos, prolongando-se nos tempos bí­blicos na fase medieval. A trí­pode mágica dos oráculos e das pitonisas, a mesinha de três pés, que ressurgiria na era moderna com a dança das mesas, é a antecessora remota da gueridon francesa, da mesinha de três pés dos salões parisienses do século XVIII, que provocaram a atenção de Kardec. Utilizadas em toda a Antiguidade para consultas sérias aos espí­ritos, como vemos no caso da pitonisa de Endor (na Bí­blia), tornaram-se na leviana sociedade oitocentista européia em objetos de diversão e passatempo. Ainda hoje são empregadas na prática espí­rita para consultas levianas ou sérias.
Dela surgiram algumas diversificações, como a cestinha de que o próprio Kardec se serviu, a tiptologia por meio de raps, empregada no caso das irmãs Fox, nos Estados Unidos, e as sessões alfabéticas de copinho a que o escritor Monteiro Lobato se dedicou seriamente entre nós, deixando-nos um relato minucioso de suas experiencias interessantí­ssimas, publicado no livro de sua secretária, D. Maria José Sette Ribas, As Sessões Espí­ritas de Monteiro Lobato. O famoso escritor conseguiu comunicações de seus filhos mortos por esse processo e chegou a doutrinar espí­ritos perturbadores.
Considera-se, em geral, que essas sessões são condenadas pelo Espiritismo. O que se condena não é a modalidade, pois todas as formas de comunicação são válidas, quando levadas a sério, mas a leviandade com que tais pessoas se entregam a essa experiencia, com objetivos de simples curiosidade, o que facilita o acesso de espí­ritos inferiores, brincalhões ou maldosos, que põem os médiuns em perigo.
O nome de sessões de copinho provam do fato de usar-se um cálice ou um pequeno copo emborcado sobre uma folha de cartolina ou sobre a mesa de superfí­cie lisa. Na cartolina ou em torno da mesa dispõe um alfabeto em forma circular, com o copinho no centro do cí­rculo. Uma ou mais pessoas colocam levemente um dedo sobre o copinho e este se movimenta indicando as letras que formam palavras. Lobato dispunha da mediunidade de sua esposa, D. Purezinha, vendando os seus olhos. Uma pessoa é incumbida de anotar as letras indicadas. O movimento do copinho atinge geralmente grande velocidade. Como se vê, trata-se de um fenômeno de automatismo psicológico, de que os espí­ritos se servem como na escrita-automática.
As consultas são feitas oralmente pelas pessoas presentes.
Não há nada de mal nessa prática em si.
Num ambiente sério as respostas são também sérias.
A interferencia de espíritos brincalhões ou perturbadores pode ser convertida em auxí­lio para os mesmos, como fazia Lobato. O mal está nas consultas, que sendo quase sempre levianas ou absurdas, que, quando insistentes, acabam por ser respondidas por espí­ritos levianos.
Os espí­ritos sérios se afastam, como é natural, deixando que os interrogantes façam a experiencia de que necessitam.
Não é raro algumas pessoas sensí­veis saí­rem perturbadas da experiencia. Esse o motivo por que, em geral, os espí­ritas não aconselham essa prática. Levada a sério, entretanto, ela pode servir para boas comunicações e para provar ao médium que as comunicações não provam dele mesmo, desconfiança comum a que se entregam os médiuns de comunicações orais ainda não suficientemente experimentados e pouco conhecedores da doutrina.


Do livro O Espí­rito e o Tempo - Herculano Pires


(Faça o download do livro: http://www.autoresespiritasclassicos.com/Autores%20Espiritas%20Classicos%20%20Diversos/Herculano%20Pires/Nova%20pasta%20(15)/Herculano%20Pires%20-%20O%20Espírito%20e%20o%20Tempo.htm)


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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

SESSÕES MEDIÚNICAS - Parte IV

Classificação - tipos de sessões mediúnicas

Sessões de cura - As sessões de cura distinguem-se das sessões de desobsessão por não tratarem apenas de problemas mentais e psí­quicos, mas de todos os problemas da saúde. Os Espí­ritos exercem atividades curativas de todos os tipos e até mesmo realizam intervenções cirúrgicas em casos especiais.
Isso não parece estranho quando nos lembramos de que os Espíritos são simplesmente homens desencarnados que vivem numa dimensão fí­sica da realidade terrena, onde, como aqui, a mente opera sobre a matéria. Os planos espirituais mais próximos da crosta terrena são bastante semelhantes ao nosso.
As sessões de cura material seguem as normas da sessão de desobsessão, mas acrescidas de medidas de controle dos fenômenos, como os das sessões de ectoplasmia ou materializações. O ectoplasma é utilizado na recuperação de tecidos, na cicatrização muitas vezes imediata de incisões operatórias e no reequilí­brio de órgãos e funções.
Antecipando um século as práticas da medicina psicossomática, a terapêutica espí­rita mostrou que as doenças somáticas se originam no psiquismo. A descoberta do corpo-bioplásmico em nossos dias comprovou essa tese espí­rita. A Parapsicologia vem contribuindo bastante para o esclarecimento desse problema e hoje é grande o número de médicos que aceitam a contribuição espí­rita nesse campo.
Mas justamente por isso as sessões de cura não podem ser realizadas sem a participação de médicos-espí­ritas. A exigencia da condição espí­rita dos médicos decorre da necessidade de conhecimentos da problemática espí­rita. Os médicos não-espí­ritas não dispõem de recursos para compreender o que então se passa, mas podem também participar dessas sessões, desde que acompanhados de colegas espí­ritas. É uma temeridade a aceitação do trabalho mediúnico de cura sem assistencia médica ao médium.
As campanhas apaixonadas contra o Espiritismo criaram barreiras quase intransponí­veis entre Espiritismo e Medicina, que só agora estão sendo derrubadas. Já existem, hoje, Sociedades de Medicina no Brasil e no Mundo. Essas instituições cientí­ficas se multiplicarão e ampliarão as suas atividades nos próximos anos. Os espí­ritas precisam colaborar para isso, evitando as práticas terapêuticas sem controle médico, que são arriscadas num ambiente de misticismo ingênuo como o nosso. Só assim ajudaremos a quebrar os tabus criados por mais de um século de calúnias assacadas contra os espí­ritas e o Espiritismo, em prejuí­zo evidente do progresso cientí­fico e do sofrimento humano.
As sessões de cura não passam de tentativas de auxí­lio, pois a cura espiritual não depende apenas dos fatores fí­sicos da moléstia. Há fatores espirituais da doença que são quase sempre irremoví­veis. São consequencias de encarnações anteriores a que o espí­rito se submete de vontade própria a fim de libertar-se de pesadas angústias do passado. Mas há sempre algum benefí­cio, mesmo nos casos incuráveis. E muitos casos que são incuráveis para a medicina terrena facilmente se curam com a intervenção das entidades espirituais através da mediunidade. Os Espí­ritos não são concorrentes dos médicos. Os próprios médicos desencarnados são os que mais se interessam em prestar a sua ajuda aos colegas terrenos, sem outro interesse que o de contribuir para o alí­vio possí­vel do sofrimento humano.
Pessoas que não conhecem a doutrina costumam perguntar por que motivo os Espí­ritos não socorrem todos os enfermos e não curam todas as doenças, desde que dispõem de recursos superiores aos da medicina humana. É claro que tudo, no Universo, está sujeito a condições e leis. Um doente condicionado pela sua consciencia profunda há necessidade de aliviá-la através das formas de sofrimentos que impôs a outras criaturas em vida anterior, tem nos sofrimentos atuais o seu próprio remédio e não uma doença. Passa por um doloroso processo de reajuste moral e espiritual, que reconhece necessário à sua tranquilidade futura. As leis morais da consciencia o obrigam, em seu próprio benefí­cio, a essas purgações dolorosas, mas benéficas. Não se trata de uma hipótese, mas de uma realidade comprovada nas pesquisas cientí­ficas sobre a memória profunda, em busca de provas sobre a reencarnação, hoje grandemente acumuladas. No Espiritismo predominam a razão e a prova. Como observou Richet, Kardec nunca aceitou um princí­pio que não fosse lógico e comprovado pela pesquisa. Graças a isso, a doutrina se mantém intacta em face de toda a espantosa evolução cientí­fica do nosso tempo. Os maiores avanços da Ciencia nada mais fizeram, até agora, do que comprovar os princí­pios fundamentais do Espiritismo.
Os Espí­ritos Terapeutas, como os médicos terrenos, não dispõem de saber absoluto, mas relativo ao seu grau de evolução. Trabalham geralmente em equipe, auxiliando-se mutuamente. O mais sábio e experiente dirige a equipe, exatamente como entre os homens. Qualquer interpretação sobrenatural da atividade natural dessas criaturas humanas leva-nos aos delí­rios, do mito, impedindo-nos de compreender a realidade dos fatos.
Os Espí­ritos curadores ou terapeutas não fazem milagres, não tem o poder de violar as leis naturais. Mas conhecem melhor essas leis do que os homens e dispõem de recursos que ainda desconhecemos. Por isso Jesus advertiu que os que seguissem o seu ensino poderiam fazer os supostos milagres que ele fazia e até mais do que ele. O problema não é de mí­stica, mas de razão e sobretudo de conhecimento. Todo conhecimento é facultado ao homem, dentro das possibilidades progressivas do seu desenvolvimento espiritual. Conhece mais o que mais avançou no desenvolvimento das suas potencialidades ônticas, ou, como afirmou Kant, na realização de sua perfectibilidade possí­vel. No sentido espiritual essa atualização das potencialidades de perfeição estão ao alcance de todos, pois é inerente à natureza humana. Mas no sentido existencial terreno, essa atualização está condicionada ao grau de evolução atingido pelos esforços de cada indiví­duo.


Do livro O Espí­rito e o Tempo - Herculano Pires


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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

SESSÕES MEDIÚNICAS - Parte III

Classificação - tipos de sessões mediúnicas

Sessões de desobsessão - Kardec classificou as obsessões em três tipos, segundo o grau de atuação do espi­rito e submissão da vi­tima: obsessão simples, fascinação e subjugação.
A obsessão simples pode ser tratada em sessões de doutrinação, sem maiores complicações. O obsedado é geralmente um médium em desenvolvimento, mas nem sempre. Em muitos casos, uma vez esclarecido o espi­rito e o paciente se dedicando ao estudo e prática da doutrina, liberta-se e converte o obsessor em seu amigo e colaborador.
Mas a fascinação e a subjugação exigem tratamento mais intenso e restrito a pequeno grupo de trabalho, integrado por médiuns conscientes da responsabilidade e das dificuldades do serviço e dirigido por pessoas competentes e estudiosas. A cura pode ser obtida em poucos dias ou levar meses e até anos, com fases intermitentes de melhora e recaí­da. Só a insistencia no trabalho desobsessivo e a vontade ativa do paciente no sentido de libertar-se podem apressar os resultados. A dificuldade maior está sempre na falta de vontade do paciente, acostumado a ligação obsessiva, numa situação ambivalente, em que ao mesmo tempo quer libertar-se mas continua apegado ao obsessor, sentindo sua falta quando ele se afasta e invocando-o inconscientemente.
Há obsessores que se consideram, com razão, obsedados pela sua ví­tima. Idéias, hábitos, tendencias alimentadas pelo obsedado constituem elementos de atração para o obsessor. Nesses casos, o trabalho maior da desobsessão é com a própria vi­tima. Os dirigentes do trabalho precisam estar atentos, vigilantes quanto ao comportamento do obsedado, ajudando-o constantemente a reagir contra as influencias do espi­rito e contra as suas próprias tendencias e hábitos mentais. A mente do obsedado, nesses casos, é o pivô do processo. Ensinar-lhe a controlar e dominar sua mente pela vontade, com apoio no esclarecimento doutrinário, é o que mais importa. Do domí­nio da mente decorre naturalmente o domí­nio das emoções e dos sentimentos, que são por assim dizer os elementos de atração do espi­rito obsessor.
Nenhuma atitude exorcista, na tentativa de afastar o obsessor pela força ou através de ameaças dá resultados. A doutrinação é um trabalho paciente de amor. Deve-se compreender que estamos diante de casos de reconciliação de antigos desafetos, carregados de ódio e de cumplicidade mútua em atividades negativas. Todo e qualquer elemento material que se queira empregar são passes complicados, preces insistentes e demoradas, uso de objetos ou coisas semelhantes, tudo isso só servirá para prolongar o processo obsessivo. O importante é a persuassão amorosa, o esclarecimento constante de obsedado e obsessor.
O doutrinador é sempre auxiliado pela ação dos Espi­ritos sobre obsessor e obsedado. Todas as prescrições de medidas prévias a serem tomadas pelos membros da equipe de médiuns, como abstenção de carne, repouso antes do trabalho, abstenção de fumo e álcool, comportamento angélico durante o dia e assim por diante, não passam de prescrições secundárias. Os médiuns tem naturalmente o seu comportamento normal regidos por princí­pios morais e espirituais. Se não o tiverem, de nada valerão essas improvisações de santidade. Se o tiverem, não necessitam desses artifí­cios.
Como Kardec explica, a única autoridade que se pode ter sobre os espíritos é a de ordem moral, e o que vale no socorro espiritual não são medidas de última hora, mas a intenção pura de médiuns e doutrinadores, pois que o Espiritismo é uma questão de fundo e não de forma.
As medidas que se devem tomar, quando médiuns e doutrinadores não forem suficientemente esclarecidos, são apenas as precauções que o bom senso indica: não exceder-se na alimentação, na bebida, nos falatórios impróprios e maldosos no dia do trabalho. É necessário afastar os artifícios do religiosismo mí­stico e as pretensões de importância pessoal no ato de doutrinar. Médiuns e doutrinadores são apenas instrumentos conscientes, mas instrumentos dos Espí­ritos benevolentes que deles se servem na hora do trabalho. O mérito individual do cada um está apenas na boa intenção e no amor que realmente os anime no serviço fraterno.
É natural a tendencia mística na prática mediúnica, proveniente do sentimento religioso do homem e dos resí­duos do fanatismo religioso do passado, em que fomos cevados no medo ao sobrenatural e no anseio de salvação pessoal através de sacramentos e atitudes piegas. Mas temos de combater e eliminar de vez esses resí­duos farisaicos e egoí­stas, tomando uma atitude racional e consciente nas relações com os espi­ritos, que ainda ontem eram nossos companheiros na existencia terrena e que a morte não transformou em santos ou anjos.
O meio espí­rita está cheio de pregadores de voz untuosa e expressões mí­sticas, tanto encarnados como desencarnados, mas a doutrina não nos indica o caminho do artifí­cio e do fingimento e sim o das atitudes e posições naturais, sinceras e positivas, que não nos levem a cobrir com peles de ovelha nosso pelo grosso de lobos. O povo se deixa atrair facilmente pelo maravilhoso, pelos milagres e milagreiros, mas os espí­ritos, que nos vêem por dentro, não se iludem com as farsas dos santarrões.
A criatura humana é o que é e traz em si mesma os germes do seu aperfeiçoamento, não segundo as convenções formais da sociedade ou das instituições de santificação, mas segundo as suas disposições internas. Uma criatura espontânea, natural, aberta, choca-se com os artifí­cios, as manhas e os dengos de pessoas modeladas pelos figurinos da falsidade. Os espí­ritos, mais do que nós, sentem logo o cheiro de perfume barato e ardido desses anjinhos de procissão, cujas asas se derretem com os pingos da chuva. O Espiritismo não veio para nos dar novas escolas de farisaísmo, mas para nos despertar o gosto da autenticidade humana.
Sabemos muito bem que nada valem as maneiras suaves, a voz macia e empostada, os gestos de ternura dramática, se não formos por dentro o que mostramos por fora. E é uma ilusão estúpida pensarmos que essa disciplina exterior atinge o nosso í­ntimo. Nosso esquema interior de evolução não cede aos modismos e ás afetações do fingimento.
A moral não é produto do meio social, mas da consciencia. Seus princí­pios fundamentais estão em nosso í­ntimo e não fora de nós. A moral exterior vem dos costumes, mas a moral interior nasce das exigencias da nossa consciencia. A ideia de Deus no homem é a fonte dessa moral interna que supera o moralismo superficial da sociedade.
Nas sessões de desobsessão o que vale não é o falso moralismo dos homens, mas a moral legítima do homem. Essa busca do natural, do legí­timo, do humano, é a constante fundamental do Espiritismo.


Do livro O Espí­rito e o Tempo - Herculano Pires


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sábado, 21 de novembro de 2009

SESSÕES MEDIÚNICAS - Parte II

Classificação - tipos de sessões mediúnicas

Sessões de doutrinação — Precedidas sempre de uma prece, realizam-se à meia luz, para facilitar a concentração mental dos participantes. Essas características levam os adversários do Espiritismo a classificá-las como reuniões de magia ou de misticismo inferior. Na verdade são as mais úteis e necessárias, controladas por Espíritos caridosos que promovem a comunicação de entidades sofredoras e perturbadoras. Sua finalidade é esclarecer essas entidades e libertar as suas vítimas das perturbações que lhes causam. Não se evocam espíritos. As comunicações ficam a cargo do mundo espiritual.
Há dois tipos fundamentais:

- Sessões livres ou abertas: em que muitos espíritos se comunicam ao mesmo tempo e são doutrinados por vários doutrinadores. O ambiente parece tumultuado e muitas pessoas sistemáticas condenam esse sistema. É o mais eficiente e produtivo, o mais conveniente numa fase de transição como a nossa, em que os problemas de obsessão se multiplicam. São consideradas como de Pronto Socorro Espiritual, em que dezenas de doentes são socorridos ao mesmo tempo. O dirigente controla a ação dos médiuns e os Espíritos agem de duas maneiras, controlando o acesso dos espíritos necessitados e ajudando muitas vezes na doutrinação dos casos mais difíceis. Há barulho, muita gente falando ao mesmo tempo, mas não há desordem. Os espíritos mais rebeldes são controlados pelos médiuns devidamente instruídos e pela assistência espiritual. Não se submetem os médiuns a cursos complicados e longos, mas a instruções práticas e objetivas, que são de grande eficiência. O volume de pessoas atendidas e de espíritos beneficiados é grande, mas vai diminuindo na proporção em que o tempo do trabalho se esgota. São encerradas com uma prece de agradecimento, às vezes precedidas de breves explicações sobre os casos mais difíceis, já então num ambiente de absoluta tranquilidade.

- Sessões fechadas: é dirigido pelo presidente dos trabalhos, que submete as comunicações ao seu controle absoluto. As comunicações são reduzidas ao mínimo. Os médiuns não se deixam envolver pelas entidades sem que o presidente os autorize. Se ocorre uma comunicação demorada, vários médiuns permanecem inativos, à espera da sua vez. Não têm o sentido dinâmico de atendimento simultâneo num Pronto Socorro. Parecem-se mais a consultórios médicos em que os clientes têm hora marcada. Não obstante, produzem os seus resultados. Muitas entidades são doutrinadas 'indiretamente' assistindo à doutrinação de outras. Quando não se dispõe de médiuns e doutrinadores em número suficiente, esse sistema de controle fechado dá mais segurança ao presidente. Mas há a grande desvantagem de se colocar o presidente numa posição que lhe excita a vaidade e o autoritarismo. Os adeptos desse sistema apóiam-se nas instruções do Apóstolo Paulo em sua I Epístola aos Coríntios. Paulo, de formação judaica, aconselha o uso controlado dos dons espirituais, cada médium falando por sua vez. Acontece que são bem diferentes as condições do tempo apostólico e as de hoje. As sessões livres ou abertas atendem melhor às necessidades atuais.

Psicografia X Comunicação oral

Kardec, num país em que o analfabetismo não contava, dedicou maior interesse às sessões de psicografia. Mesmo porque essas sessões correspondiam às exigências de documentação de suas experiências. Em todo o mundo a psicografia ainda se mantém como uma forma mais eficiente de comunicação, pois permite a permanência dos textos para exames e comparações posteriores. Mesmo entre nós a psicografia tem um papel importante no desenvolvimento da doutrina, como se vê pelas contribuições de vários médiuns e particularmente da obra imensa e altamente significativa de Francisco Cândido Xavier. Mas nos centros e grupos espíritas populares, onde o analfabetismo está presente nos dois lados, com a manifestação de espíritos inferiores na maioria analfabetos, a psicografia se torna quase sempre impraticável. Essa a razão pela qual a preferência pelas sessões de comunicação oral se impôs.

Por outro lado, nas sessões de doutrinação e desobsessão a comunicação oral é mais valiosa, permitindo expressão mais completa do estado emocional e até mesmo patológico do espírito comunicante. Também a identificação do espírito se torna mais fácil, em geral com a evidência da voz, da mímica, dos modismos característicos da criatura que deixou o plano físico e no entanto retorna com todas as modalidades, tiques e trejeitos do seu corpo carnal desaparecido, o que comprova a identidade teórica do corpo somático com o corpo espiritual. Essa identidade não é constante, pois o espírito evolui no plano espiritual, mas a flexibilidade extrema da estrutura do perispírito permite a este voltar às condições anteriores numa comunicação com pessoas íntimas, seja pela vontade do espírito comunicante ou involuntariamente, pelas simples emoções desencadeadas no ato de aproximação do médium ou no ato de transmissão da comunicação.

As pessoas que não conhecem a doutrina e não dispõem de experiência na prática mediúnica sentem-se intrigadas com esses problemas. Como aconselhava Kardec, é conveniente não participarem de sessões sem terem lido obras esclarecedoras ou pelo menos recebido explicações de pessoa competente. Mas exigir que pessoas obsedadas ou médiuns em franco desenvolvimento tenham de frequentar cursos de vários anos para poderem frequentar as sessões de que necessitam, como fazem algumas instituições, é simplesmente um absurdo que raia pela falta de caridade.


Do livro “O Espírito e o Tempo” - Herculano Pires
Recebido do Blog Espirita na Net


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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

SESSÕES MEDIÚNICAS - Parte I

As sessões mediúnicas propriamente ditas são as que se destinam à relação normal dos homens com os espíritos para fins de esclarecimento e orientação. A expressão paranormal, adotada e divulgada pela Parapsicologia, não se aplica ao campo espírita. Foi criada para substituir as expressões sobrenatural e patológica, das religiões e ciências do passado. No Espiritismo sabemos que as manifestações mediúnicas são ocorrências normais, que se verificaram desde todos os tempos, e mais, que essas ocorrências são de vários graus, desde a simples percepção extra-sensorial até às aparições, às materializações ou fenômenos de ectoplasmia (segundo a definição metapsíquica) e aos fenômenos de agêneres, bem definidos por Kardec. Nossas relações com os espíritos são constantes e naturais, tanto se passam no plano puramente mental, quanto no psíquico em geral e no plano sensorial. A comunicação mediúnica oral, escrita, tiptológica (através de pancadas ou raps), voz-direta (ou psicofonia subjetiva ou objetiva), como esclareceu Kardec, ocorre normalmente. A mente do desencarnado, como verificou em nosso tempo o cientista Wathely Carington, da Universidade de Cambridge, Inglaterra, é a mesma do homem, do espírito encarnado.
Como os espíritos são, segundo Kardec, “uma das forças da Natureza”, e convivem conosco, como os micróbios, os vírus, suas relações conosco são evidentemente normais, fazem parte do complexo de fenômenos da existência humana natural. O critério do normal e do anormal não decorre de normas estabelecidas pelos homens, mas da naturalidade dos fatos no equilíbrio das leis naturais. A loucura é anormal porque é um desequilíbrio. Nos fenômenos mediúnicos as leis naturais foram definidas por Kardec e posteriormente confirmadas pelas pesquisas científicas em todo o mundo. Os que pretenderam teorizar sobre a chamada loucura espírita só conseguiram revelar sua ignorância do assunto ou sua má-fé a serviço de interesses mesquinhos de sectarismos bastardos.
Desde a selva até a civilização, os fenômenos mediúnicos se verificam em todos os tempos, como um processo normal de comunicações entre homens e espíritos. Como esse processo se passa entre mundos de dimensões materiais diferentes, Rhine concordou em chamá-los de extrafísicos, o que na verdade não está certo, pois o plano espiritual também possui densidade física e a própria Física foi obrigada a reconhecer essa realidade em nossos dias. É graças a essa identidade física que o espírito desencarnado, mas ainda revestido do corpo espiritual da tradição cristã (classificado na pesquisa soviética como corpo bioplásmico, formado de plasma físico) consegue relacionar-se energeticamente com o corpo denso do médium e comunicar-se com os homens. O que se chama de mediunidade não é mais do que a possibilidade menor ou maior desse relacionamento, na verdade existente em todos os indivíduos humanos. O ato mediúnico é, portanto, um ato de relacionamento humano, em que o sobrenatural só pode figurar como antiga superstição reavivada por pessoas cientificamente incapazes ou pelo menos desatualizadas.
A expressão médium (intermediário) adotada por Kardec, é a mais apropriada, estando por isso mesmo generalizada em nossos dias, sendo empregada até mesmo nas ciências soviéticas. Expressões como sensitivos, psicorrágigos metérgicos e outras servem apenas para denunciar posições contrárias ao Espiritismo. Mas o médium não é apenas o intermediário dos espíritos de pessoas mortas. O médium é também o intermediário de si mesmo, dos extratos profundos de sua personalidade anímica, da consciência subliminar da teoria de Frederic Myers. As manifestações anímicas dos médiuns não são mistificações, mas catarses necessárias para aliviá-lo de tensões conflitivas de sua memória profunda que perturbam o seu comportamento atual. Os fenômenos de vidência, visão à distância, precognição e outros são também mediúnicos, pois constituem manifestações de entidades subsistentes no psiquismo ancestral do médium ou o desencadear de percepções contidas nas hipóstases reencarnatórias da sua consciência subliminar.
Alguns estudiosos ainda discutem se a mediunidade é uma faculdade orgânica ou espiritual. Outros, mais afoitos e menos cuidadosos, chegam a afirmar que é uma faculdade do corpo. Basta a descrição de Kardec sobre o ato mediúnico para mostrar que a faculdade é espiritual. As pesquisas científicas modernas não deixam nenhuma possibilidade de dúvida a respeito. O espírito comunicante não se liga ao corpo material do médium, mas ao seu perispírito (o corpo espiritual) ou de maneira direta à sua mente, que, segundo Rhine e outros “não é física”.
Podemos reduzir a explicação da mediunidade numa frase: “Mediunidade é a capacidade do espírito desprender-se parcial ou totalmente do corpo, sem dele se desligar”. Desprende-se o espírito para estabelecer relações com outros espíritos ou projetar-se à distância, mas não se desliga, pois o desligamento só ocorre no fenômeno da morte. Na própria ausência psíquica de curta duração, em meio a uma conversa, quando se diz: Não ouvi o que você falou, pois meu espírito estava longe, temos um fato mediúnico. Graças a essa possibilidade, inerente à condição humana, os espíritos de pessoas vivas podem também comunicar-se.

Do livro “O Espírito e o Tempo” - Herculano Pires
Recebido do Blog Espirita na Net

domingo, 15 de novembro de 2009

IMPORTANTE!!! AJUDEM A DIVULGAR!!!


Olá, a todos!
A Greenpeace está a divulgar o vídeo O Fundo da Linha, para alertar para a destruição causada pela pesca de profundidade, em águas internacionais. Este vídeo conta com o apoio de Sigourney Weaver e insta os governos de todo o mundo a adoptar medidas concretas e urgentes para defender a vida marinha que se esconde nas profundezas dos oceanos.
Em Novembro deste ano, a Assembleia Geral das Nações Unidas vai voltar a abordar este tema e vai decidir os próximos passos relativamente à implementação da resolução 61/105. Esta resolução pede a tomada de medidas imediatas que administrem os stocks de peixe de maneira sustentável e que protejam os ecossistemas marinhos vulneráveis de práticas de pesca destrutivas.
Desde o dia 16 de Outubro que a Greenpeace está na estrada para sensibilizar consumidores para as ameaças que os ecossistemas vulneráveis em alto mar enfrentam e pressionar os retalhistas a tomar a liderança e parar de comercializar espécies de peixe de profundidade. Estas grandes empresas têm o dever de garantir aos seus consumidores a sustentabilidade de todo o peixe que vendem e de não encorajar a destruição dos últimos refúgios de vida marinha do planeta.
Acreditamos que este vídeo é uma boa oportunidade para divulgar as ameaças que os ecossistemas das águas profundas enfrentam. Contamos com o teu apoio: divulga
Assista o vídeo:




O DESÂNIMO

*

*

Tóxico imobilizador, o desânimo se insinua suavemente, dominando
as reservas da coragem e submetendo o combatente
à sua ação perturbadora.
Instala-se, a pouco e pouco, inspirando pessimismo e mal estar, que

se agrava, qual invasor que conquista passo a passo os espaços
abandonados à sua frente.
O desânimo é inimigo covarde que ceifa mais vidas do que o câncer, pelos
resultados que logra na economia do comportamento humano.
*
Quando sintas a insinuação do desânimo, ciciando-te falsos motivos para
que abandones a peleja, ou a postergues, ou a desconsideres, tem cuidado.
Usa a razão e expulsa-o da casa mental.
Às vezes se te apresenta na condição de mágoa defluente de qualquer
incompreensão sofrida e, noutras ocasiões, em forma de exaustão de forças,
que deves superar, mediante mudança de atitude mental e de atividade física.
A marcha do tempo é inexorável.
De qualquer forma, as horas se sucedem.
Utiliza-as de maneira condigna, mesmo que, a peso de sacrifícios.
Quando transponhas a barreira da dificuldade, constatarás a vantagem
de haver perseverado, descobrindo-te rico de paz, face aos tesouros
de amor e realização que adquiriste.
*

Motivo algum deve servir de apoio para o desânimo.
Tudo, na vida, constitui convite para o avanço e a conquista
de valores, na harmonia e na glória do bem.

*

Divaldo Pereira Franco/ Joanna de Ângelis

*

sábado, 14 de novembro de 2009

CONQUISTA


*

P.919- Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atracção do mal?

“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”


Esta pergunta, como todas as outras que constam n O Livro dos Espíritos, é de uma sapiência impressionante. A resposta, curta, revela o carácter dos Bons Espíritos: o dizer muito por poucas palavras.
Nós, humanos, somos sem duvida engraçados, (claro que estou na linha da frente).
Complicamos. Ai se complicamos! Estamos sempre à espera de milagres.
Procuramos ainda uma fórmula que venha por cobro às nossas más tendências.
Dizemos: a carne é fraca. E o Espírito, o que é então? Será forte?Será que o mal vem ter connosco, ou nós que sintonizamos com ele?
É importante conhecermo-nos bem! Na maioria das vezes julgamos consegui-lo, até que um obstáculo nos aparece e lá percebemos que afinal pensávamos ter tudo controlado.
Tombamos! Torna-se fastidioso estar aqui a enumerar o mal em que podemos incorrer, por isso, centremo-nos no que temos que fazer para o ultrapassar.
O Espiritismo tem em nós um grande efeito: a responsabilidade. Somos responsáveis pelo que pensamos, ou fazemos, quer em nós próprios, quer nos outros.
Vivemos o dia-a-dia aturdidos nos imensos afazeres, embrenhados no consumismo desenfreado. Mil e uma setas são disparadas contra nós. Setas, de ódio, indiferença, inveja, ciúme, vaidade, etc. Numa altura em que a sociedade está rica de materialidade e pobre de espiritualidade, fácil se torna sintonizemos com todas essas ondas mentais que nos rodeiam.
O resultado? – Pensamos e agimos também no mal. Qual a proposta então? Aceitemo-nos tal como somos, e procuremos ver o próximo como aquilo que ele é: um irmão.
Procuremos então esquecer o mal que nos fazem, e procurar não reagir a essas tentativas, mas agir! Ler uma pequena página de um livro que nos acalme, colocar uma música também calma, e tentar sintonizar com a Espiritualidade Superior.
Nesse clima tranquilo, busquemos os feitos do dia, [A quem prejudicamos? Com que intenção o fizemos? O que poderíamos ter feito para o evitar? Qual o teor dos nossos pensamentos? Estou em paz comigo?].
Estas poderão ser algumas reflexões. Procuremos abraçar, mentalmente, todos aqueles que, por diversos motivos, prejudicámos, e também aqueles que nos prejudicaram.
Coloquemo-nos no lugar do outro; como seria a nossa reacção se nos fizessem o que lhes fizemos?Pensemos nisto.
Percebemos então, que de modo algum existem fórmulas mágicas para escaparmos ao mal, mas sim todo um esforço individual para, passo a passo, nos irmos conquistando, superando.
É um esforço diário, individual, e que exige uma grande dose de perseverança. Todo este esforço cria em nós um equilíbrio energético, saudável, permitindo um melhor preparo para as diversas situações que se nos deparam.
Aos poucos vamos deixando a inclinação para o mal dando lugar à conquista do bem.
O Espírita tem, portanto, grandes responsabilidades em todo este processo, uma vez que tem a consciência espiritual do seu estado e sabe, que nada está ao acaso; todo e qualquer obstáculo apresenta-se como o melhor meio para provar de que é capaz fazer melhor.
Sabe que tem um passado que se projecta hoje, no presente. Do mesmo modo sabe que amanhã, numa outra reencarnação, será o resultado do que fizer hoje.


Abraço


Retirado do Blog de Espiritismo


*

domingo, 8 de novembro de 2009

O TEMPO


*

A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.
Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina.
Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por DEUS.
Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.
Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstancias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.
É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?
Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
A velha expressão popular "matar o tempo" reflete a inconsciencia vulgar, nesse sentido.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que o "tempo é dinheiro", para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações...
Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade , na conquista da experiencia.
Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do senhor.



Livro Caminho, verdade e vida - Emmanuel/Chico Xavier



***


Temos aqui uma explanação de muito valor sobre o tempo que os homens desperdiçam diariamente em suas vidas.

DEUS nos oferece uma nova oportunidade de evolução a cada nova encarnação, mas acabamos nos preocupando sempre mais com o nosso bem estar financeiro, conforto, ou seja, com nossas necessidades imediatas e nos esquecemos de investir o tempo em nosso bem estar futuro.

O que temos feito com nosso tempo? Temos usado em prol do bem estar comum? Temos feito todo o bem que está ao nosso alcançe? Ou temos sido egoístas e pensado e agido somente em nosso favor e daqueles que nos são caros?

Temos feito visitas nos asilos onde nossos velhinhos aguardam ansiosos alguém que se importe com eles, abandonados por aqueles que geralmente criaram?

E nos orfanatos onde os pequeninos que também abandonados, desta vez pelos pais, esperam também uma visita de alguém que lhes levar um pouco de alegria?

Devemos nos lembrar que o que levaremos daqui é somente todo o bem o bem ou o mal praticado, são eles que colocados na balança divina pesarão mais para o nosso bem estar ou não futuro, segundo nosso Mestre todo o bem que fizermos para esses pequeninos para ele estaremos fazendo, sendo desta forma recompensados.

Pensemos nisso!



*


PJC



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sábado, 7 de novembro de 2009

INTELIGENCIA ESPIRITUAL


Você é espiritualmente Inteligente?

No livro QS - Inteligência Espiritual, lançado no ano passado, a física e filósofa americana Dana Zohar aborda um tema tão novo quanto polémico: a existência de um terceiro tipo de inteligência que aumenta os horizontes das pessoas, torna-as mais criativas e se manifesta em sua necessidade de encontrar um significado para a vida.
Ela baseia seu trabalho sobre Quociente Espiritual (QS) em pesquisas só há pouco divulgadas de cientistas de várias partes do mundo que descobriram o que está sendo chamado "Ponto de Deus" no cérebro, uma área que seria responsável pelas experiências espirituais das pessoas.
O assunto é tão atual que foi abordado em recentes reportagens de capa pelas revistas americanas Neewsweek e Fortune.
Afirma Dana: "A inteligência espiritual colectiva é baixa na sociedade moderna. Vivemos em uma cultura espiritualmente estúpida, mas podemos agir para elevar nosso quociente espiritual".
Aos 57 anos, Dana vive na Inglaterra com o marido, o psiquiatra Ian Marshall, co-autor do livro, e com dois filhos adolescentes.
Formada em física pela Universidade Harvard , com pós-graduação no Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), ela actualmente lecciona na universidade inglesa de Oxford.
É autora de outros oito livros, entre eles, O Ser Quântico e A Sociedade Quântica, já traduzidos para o português. QS - Inteligência Espiritual já foi editado em 27 idiomas, incluindo o português. Dana tem sido procurada por grandes companhias interessadas em desenvolver o quociente espiritual de seus funcionários e dar mais sentido ao seu trabalho.
Ela falou a EXAME em Porto Alegre durante o 300 Congresso Mundial de Treinamento e Desenvolvimento da International Federation of Training and Development Organization (IFTDO), organização fundada na Suíça, em 1971, que representa 1 milhão de especialistas em treinamento em todo o mundo.
Eis os principais trechos da entrevista:
O que é inteligência espiritual?
É uma terceira inteligência, que coloca nossos actos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efectivos.
Ter alto quociente espiritual (QS) implica ser capaz de usar o espiritual para ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direcção pessoal.
O QS aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos.
É uma inteligência que nos impulsiona.
É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor.
O QS está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida.
É ele que usamos para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas acções.
De que modo essas pesquisas confirmam suas ideias sobre a terceira inteligência?
Os cientistas descobriram que temos um "Ponto de Deus" no cérebro, uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas.
É uma área ligada à experiência espiritual.
Tudo que influencia a inteligência passa pelo cérebro e seus prolongamentos neurais.
Um tipo de organização neural permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico.
Dá a ele seu QI, ou inteligência intelectual.
Outro tipo permite realizar o pensamento associativo, afectado por hábitos, reconhecedor de padrões, emotivo. É o responsável pelo QE, ou inteligência emocional.
Um terceiro tipo permite o pensamento criativo, capaz de insights, formulador e revogador de regras. É o pensamento com que se formulam e se transformam os tipos anteriores de pensamento.
Esse tipo lhe dá o QS, ou inteligência espiritual.
Qual a diferença entre QE e QS?
É o poder transformador. A inteligência emocional me permite julgar em que situação eu me encontro e me comportar apropriadamente dentro dos limites da situação.
A inteligência espiritual me permite perguntar se quero estar nessa situação particular.
Implica trabalhar com os limites da situação.
Daniel Goleman, o teórico do Quociente Emocional, fala das emoções.
Inteligência espiritual fala da alma. O quociente espiritual tem a ver com o que algo significa para mim, e não apenas como as coisas afectam minha emoção e como eu reajo a isso.
A espiritualidade sempre esteve presente na história da humanidade.
No início do século 20, o QI era a medida definitiva da inteligência humana.
Só em meados da década de 90, a descoberta da inteligência emocional mostrou que não bastava o sujeito ser um génio se não soubesse lidar com as emoções.
A ciência começa o novo milénio com descobertas que apontam para um terceiro quociente, o QS ajudaria a lidar com questões essenciais e pode ser a chave para uma nova era no mundo dos negócios.
Dana Zohar identificou dez qualidades comuns às pessoas espiritualmente inteligentes. Segundo ela, essas pessoas:
1. Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo
2. São levadas por valores. São idealistas
3. Têm capacidade de encarar e utilizar a adversidade
4. São holísticas
5. Celebram a diversidade
6. Têm independência
7. Perguntam sempre "por quê?"
8. Têm capacidade de colocar as coisas num contexto mais amplo
9. Têm espontaneidade
10.Têm compaixão
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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

VIVENDO UM TANTO MAIS...

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*

Você deseja viver longamente sobre a Terra? Quem não o deseja?
Apesar de dizermos, quase constantemente, que este é um planeta de dores e desilusões, de nos afirmarmos cansados das tantas lutas,não há quem não deseje retardar um tanto mais sua partida para o além.
Pobres, ricos, afortunados ou não, todos pensam em ficar por aqui umpouco mais.
E mais um pouco.
A prova disso é que sempre que a morte chega afirmamos que ela seapresentou antes do tempo.Ele era tão jovem! Logo agora, na flor da idade! Que pena, justo nomomento em que ele iria começar a desfrutar a aposentadoria!E assim por diante.
Talvez seja por isso que as Universidades de Harvard e Cambridge publicaram um estudo com 20 conselhos saudáveis para melhorar a qualidade de vida, de forma prática e habitual.
Vários deles se referem à alimentação, como tomar diariamente um copo de suco de laranja, para aumentar o teor de ferro no organismo e repor a vitamina C.
Ou salpicar canela no café, o que auxilia a manter baixo o colesterol e estáveis os níveis de açúcar no sangue.
Ou ainda desfrutar de uma xícara de chá ao dia.
Uma xícara diária desta infusão, afirmam, diminui o risco de doenças coronárias.
Outros itens aconselham realizar atividades que estimulem a mente e fortaleçam a memória, como quebra-cabeças, palavras cruzadas.
Ou ainda aprender uma habilidade nova, aprender um idioma, ler um livro e memorizar parágrafos.
Rir é recomendado. Cem a duzentas gargalhadas equivalem a 10 minutos de corrida, baixando o estresse e acordando células naturais de defesa do organismo e os anticorpos.
As relações afetivas também estão na lista das Universidades.Um estudo da Faculdade de Medicina de Harvard concluiu que 91% daspessoas que não mantêm um laço afetivo com seus entes queridos,particularmente com a mãe, desenvolvem pressão alta, alcoolismo ou doenças cardíacas em idade temporã.
Com certeza, não foi em vão que Deus criou o ser humano para viverem sociedade.
Pessoas com fortes laços sociais ou redes de amigos têm vida mais saudável do que as pessoas solitárias, ou que somente têm contato com a família.
Ter um animal de estimação é saudável. As pessoas que não têm animais domésticos sofrem mais de estresse e visitam o médico regularmente, dizem os cientistas da Cambridge University.
Os mascotes têm o dom de fazer as pessoas se sentirem ótimas,relaxadas e isso atua, diminuindo a probabilidade de desenvolver pressão arterial elevada.
Os cães são os melhores mascotes, mas até um peixinho dourado pode causar um bom resultado.
Finalmente, a regra extraordinária diz que a pessoa deve se conhecer.
Os que se conhecem e priorizam o ser sobre o ter têm 35% depossibilidades de viver mais tempo.


* * *


O estudo das Universidades é recente e os conselhos estão sendo abraçados por muitos.
A nós cabe, seguindo a orientação de Sêneca, escolher a melhor forma de viver, habituarmo-nos a ela e torná-la agradável.
Pensemos nisso e vivamos bem, para vivermos mais e mais felizes neste bendito lar chamado Terra.


***


Redação do Momento Espírita, a partir do artigo 20 conselhos de Harvard



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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O HOMEM NO MUNDO



"Sejam, pois, vocês outros, perfeitos, como perfeito é o Pai celestial” .
Jesus (Mateus, 5:48)


Um sentimento de piedade deve sempre animar o coração dos que se reúnem sob as vistas do Senhor e imploram a assistência dos bons Espíritos.
Pois, purifiquem os seus corações; não permitam que neles demore qualquer pensamento mundano ou fútil. Elevem oseu espírito àqueles por quem chamam, a fim de que, encontrando em vocês as necessárias disposições, possam lançar em profusão a semente que é preciso germine em suas almas e dê frutos de caridade e justiça.Todavia, não julguem que,exortando-se incessantemente à prece e à evocação mental, pretendamos que vivam uma vida mística, que os conserve fora das leis da sociedade onde estão condenados a viver. Não; vivam com os homens da sua época, como devem viver os homens.
Sacrifiquem às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrifiquem com um sentimento de pureza que as possa santificar.
São chamados a estar em contacto com espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choquem a nenhum daqueles com quem estiverem.
Sejam joviais, sejam ditosos, mas seja a sua jovialidade a que provém de uma consciência limpa, seja a sua ventura a do herdeiro do Céu que conta os dias que faltam para entrar na posse da sua herança.
A virtude não consiste em assumirem aspecto severo e fúnebre, em repelirem os prazeres que
as suas condições humanas os permitem.
Basta que reportem todos os atos da sua vida ao Criador que a deu a vocês; basta que, quando começarem ou acabarem uma obra, elevem o pensamento a esse Criador e lhe peçam, num arroubo d’alma, ou a sua proteção para que obtenham êxito, ou a sua bênção para ela, se a concluíram.
Em tudo o que fizerem, elevem à Fonte de todas as coisas, para que nenhuma de suas ações deixe de ser purificada e santificada pela lembrança de Deus.
Como disse o Cristo, a perfeição está toda na prática da caridade absoluta; mas, os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o maior.
Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse isolado.
Unicamente no contato com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele encontra ensejo de praticá-la.
Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta.
Não imaginem, portanto, que, para viverem em comunicação constante conosco, para viverem sob as vistas do Senhor, seja preciso que se torturem e se cubram de cinzas.
Não, não, ainda uma vez dizemos sejam ditosos segundo as necessidades da Humanidade; mas, que jamais na sua felicidade entre um pensamento ou um ato que o possa ofender, ou fazer-se vele o semblante dos que os amam e dirigem.
Deus é amor, e aqueles que amam santamente ele os abençoa.


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Um Espírito Protetor
(O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec – Cap. XVII, Item 10)


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domingo, 1 de novembro de 2009

OS PORTÕES DE CHEGADA

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Cada abraço daqueles guarda uma história diferente...
Cada reencontro daqueles revela um outro mundo, uma outra vida, diversa da nossa, da sua...
Se você nunca teve a oportunidade de observar, por mais de cinco segundos, todas aquelas pessoas – desconhecidos numa multidão - esperando seus amigos, seus familiares, seus amores, não tenha medo de perceber da próxima vez, a magia de um momento, de um lugar.
Falamos dos portões de chegada de um aeroporto, um desses lugares do mundo onde podemos notar claramente a presença grandiosa do amor.
Invisível, quase imperceptível, ali ele está com toda sua sublimidade.
Nas declarações silenciosas de um olhar tímido. No calor ameno de um abraço apertado. No breve constrangimento ao tentar encontrar palavras para explicá-lo.
Na oração de três segundos elevada ao alto - agradecendo a Deus por ter cuidado de seu ente querido que retorna.
Richard Curtis, que assina a produção cinematográfica de nome “Love actually” – traduzida no Brasil como “Simplesmente amor”, traz essas cenas com uma visão muito poética e inspirada.
O autor oferece na primeira e última cenas do filme exatamente a contemplação dos portões de chegada de um aeroporto, e de seu belíssimo espetáculo representando a essência do amor.
Ouve-se um narrador nos primeiros segundos, confessando que toda vez que a vida se lhe mostrava triste, sem graça, cruel, ele se dirigia para o aeroporto para observar aqueles portões, e ali encontrava o “amor por toda parte”.
Seu coração alcançava uma paz, um alívio, em notar que o amor ainda existia, e que ainda havia esperança para o mundo.
Isso tudo pode parecer um tanto “poético” demais para os mais práticos, é certo.
Assim, a melhor forma de compreender a situação proposta é a própria vivência.
Sugerimos que faça a experiência de, por alguns minutos, contemplar essas cenas por si mesmo, seja na espera de aviões ou outros meios de transporte coletivos.
Propomos que parta de uma posição mais analítica, de início, com algumas pitadas de curiosidade:
“Que grau de parentesco possuem aquelas pessoas?” - “Há quanto tempo não se vêem?” - “De onde chegam?”
Ou, quem sabe, sobre outros: “Que histórias têm para contar!” - “O que irão narrar por primeiro ao saírem dali? Sobre a família, sobre a viagem, sobre a espera em outro aeroporto?”
Ao perceber lágrimas em alguns olhos, questione: “De onde elas vêm?” - “Há quanto tempo não se encontram?” - “Que felicidade não existe dentro da alma naquele momento!”
Por fim, reflita:
“Por quanto tempo aquele instante irá ficar guardado na memória!”. O instante do reencontro...
Tudo isso poderá nos levar a uma analogia final, a uma nova questão: não seria a Terra um imenso aeroporto? Um lugar de chegadas e partidas que não param, constantes, inevitáveis?
Pensando nos portões de chegada na Terra, lembramos dos bebês, que abraçamos ao nascerem, com este mesmo amor daqueles que esperam num aeroporto por seus amados.
Choramos de alegria, contemplando a beleza de uma nova vida, e muitas vezes este choro é de gratidão pela oportunidade do reencontro.
É um antigo amor que, por vezes, volta ao nosso lar através da reencarnação.
Pensando agora nos portões de partida, inevitavelmente lembramos da morte, da despedida.
Mas este sentir poderá ser também feliz!
Como o sentimento que invade uma mãe ou um pai que dá adeus a um filho que logo embarcará em direção a outro país, a fim de fazer uma viagem de aprendizagem, de estudo, ou profissional.
Choram sim, de saudade, mas o sentimento que predomina no bom coração dos pais é a felicidade pela oportunidade que estão recebendo, pois têm consciência de que aquilo é o melhor para ele no momento.

* * *
Vivemos no aeroporto Terra.

Todos os dias milhares partem, milhares chegam.

Chegadas e partidas são inevitáveis.

O que podemos mudar é a forma de observá-las.

***


Texto da Redação do Momento Espírita com base no cap. Os portões
de chegada, do livro O que as águas não refletem, de Andrey Cechelero.


*

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