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“Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a
sua cruz e siga-me”. Jesus (Marcos, 8:34)
No estudo do versículo acima, vamos nos ater à recomendação de Jesus:
“Tome a sua cruz e siga-me”.
A cruz, no plano físico, são as dificuldades, as aflições, os sofrimentos, enfermidade, o
degrau social, o parente infeliz; problemas
de relacionamento, carências financeiras, desemprego etc.
Considerando que o Espírito reencarna para evoluir, para desenvolver suas potencialidades, é natural o trabalho, a luta, a dificuldade, pois é assim que se exercita e se desenvolve.
Do contrário, acomodar-se-ia. É o que ocorre com o aluno na escola, ou com o esportista na prática de seu esporte preferido. Tem que lutar muito para fazer
progressos na atividade a que se dedica.
Não é só no plano físico que experimentamos aflições.
No plano espiritual isto também ocorre.
Lá – informam os instrutores espirituais – a cruz é a vergonha do defeito
íntimo não vencido; a expiação da culpa; saber que ainda não se é feliz por
falta de experiências e vivências no Bem.
Na Terra, a existência é uma luta constante.
Em todas as fases da vida, desde a infância, a adolescência, a mocidade, a
madureza até a velhice, cada etapa tem suas belezas,
o lado bom, mas tem as dificuldades, os desafios. Podemos receber os desafios e
dificuldades como lições, recursos educativos que a Providência
Divina nos confia, a favor do nosso crescimento, e podemos (e é o
que geralmente se faz), considerá-los como aflições, dor, sofrimento simplesmente.
A Doutrina Espírita nos esclarece que a dor é processo; a perfeição é fim.
A finalidade do sofrimento é o aperfeiçoamento espiritual.
Aceito este princípio, haverá melhores condições para superar as dificuldades, pois
que tem um fim útil: nossa evolução espiritual e,
consequentemente, a felicidade que almejamos.
Sim porque a felicidade que buscamos não está fora de nós, naquilo que
detemos, e sim no nosso íntimo, no despertamento espiritual.
Nesta ordem de raciocínio, como caminheiros da evolução, cada qual tem a sua
Nesta ordem de raciocínio, como caminheiros da evolução, cada qual tem a sua
cruz, com o fim de resgatar dívidas do passado, ou de nos levar a experiências, a
aprendizados com vistas a conquista de mais sabedoria e amor.
A causa de nossas aflições está em nós mesmos.
Podemos, no passado, ter agido em desacordo com a lei e estamos na oportunidade
de resgatar a dívida; ou porque carecemos crescer, subir as escadas
do progresso, precisamos enfrentar as provações, as dificuldades
para conseguir o desejado crescimento.
Quando o ser adquire consciência de sua própria responsabilidade, busca
sua melhoria íntima. Procura se conhecer; corrigir suas imperfeições, sanar os pontos falhos. Sabe que vive as situações que ele mesmo criou, ao longo do tempo.
Colhe o que planta. Não procura culpar outras pessoas.
De um modo geral, as pessoas acham que não são felizes por causa de outros.
O patrão culpa o empregado; este culpa àquele; a mulher responsabiliza o marido e este se queixa da esposa. Culpamos a economia, o governo, enfim todos são culpados, menos
nós. Enquanto agimos assim, nos movimentamos à feição de semi-racionais.
Resolvemos um problema, criando outro.
Faz lembrar a lenda mitológica do deus grego, Sísifo que tinha a peculiar
qualidade de resolver seus problemas criando outros problemas.
Certa feita, diante de uma de suas trapalhadas, lhe foi determinado, como
punição, rolar uma pedra, montanha acima. Quando chegasse
ao pico do monte seu problema estaria solucionado.
Aceitou a decisão, pois tinha a eternidade pela frente.
Rolaria a pedra e quando a colocasse no local determinado estaria livre.
Mas, para sua surpresa, quando chegou ao pico do monte, a pedra
lhe escapou do controle e rolou montanha abaixo, voltando à base.
Diz a lenda que ele permanece até hoje, rolando a pedra,
tentando colocá-la no pico da montanha.
Estudiosos do psiquismo humano nos afirmam que não existe uma
realidade exterior, fixa, igual para todos.
Cada um percebe as pessoas e as situações conforme sua capacidade de percepção.
Cada um vê os outros e o mundo pelas lentes dos olhos do seu mundo íntimo.
Só vemos o que conhecemos, o que já temos sensibilidade e capacidade para compreender.
Daí a afirmativa de André Luiz: “À medida em que melhoramos, tudo
Daí a afirmativa de André Luiz: “À medida em que melhoramos, tudo
melhora em torno de nós”. As pessoas e situações externas podem continuar sem grandes modificações, mas se a pessoa se modifica, interiormente, para melhor, passa
a sintonizar com a parte melhor das situações e das outras pessoas.
Para ela, tudo mudou realmente.
Acordando para a necessidade da paz consigo mesmo, o ser toma a cruz que lhe
cabe ao próprio burilamento, e busca seguir Jesus, superando suas aflições.
Fonte: Verdade e Luz, edição nº 195 – Abril de 2002
(Retirado do site OSGEFIC)
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