O Brilhe a vossa Luz significa estimular o amor nos outros, porque em nós ele tem feito maravilhas; é inspirar humildade nos companheiros, pelo fato deles descobrirem em nossa conduta a coragem de sermos humildes; traduz-se na paz que ajudaremos a construir no próximo, a partir da que já se faz realidade em nosso íntimo; significa garantir a fé e a simpatia ao redor de nós pela vida convicta que levamos, com base nos valores abraçados como legítimos. (Vozes do Espirito)
sábado, 15 de maio de 2010
PERDÃO
"Perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores"
A transcedentalidade do perdão pode ser aquilatada por um fato aparentemente simples: a sua inclusão, por Jesus, num dos mais importantes documentos do evangelho, tal seja o "Pai Nosso".
Bastaria isso, supomos, para que não pusessem dúvidas quanto ao seu valor; sobretudo, quanto á necessidade de sua prática, do seu cultivo sincero.
Inúmeras vezes fez o mestre referência ao perdão, destacando-o por valioso e indispensável imperativo á evolução humana.
Interpelado por Pedro se deveria perdoar "sete vezes", respondeu-lhe que deveria perdoar "setenta vezes sete", o que equivale a dizer: perdoar indefinidamente, tantas vezes quantas forem necessárias.
Evidentemente, não tinha Jesus a intenção de fixar, em quatrocentos e noventa vezes, que é o produto de setenta vezes sete, o número de vezes para o seu exercício.
Seria absurdo crer na imperdoabilidade na ofensa de número 491.
O que o mestre quis dizer foi: perdoar todas as vezes em que formos ofendidos.
Dez ou vinte, cem ou quinhentas, mil ou dez mil...Perdoar indefinidamente.
Qualquer pessoa, de mediana compreensão, entenderá isso.
Quando o mesmo Pedro, esquecido do conselho do Cristo, cortou a orelha do servo do sumo-sacerdote, no Getsêmani, renovou ele o ensino do perdão, ordenando: "Embainha a tua espada. porque quem mata pela espada, pela espada também morrerá.
Nessa ocasião, como se vê, não se limitou a ensinar o perdão: explicou-lhe , também, as consequências, segundo alei de causa e efeito, segundo a reencarnação.
Quando ensinava o "Pai Nosso" aos discípulos, acentuava: "Se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.
Do "Pai Nosso" só explicou Jesus o parágrafo referente ao perdão, o que é bem significativo, eis o que lhe mostra a importância.
De outras, em sua caminhada de luz, em seu ministério de bondade, sem referência vocabular, exercitou-o de modo amplo, completo, integral, culminando com o "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem", na intercessão por seus algozes, na cruz.
Incluindo-o, entretanto, no Pai Nosso, quis Jesus fazer um legado permanente, definitivo, á Humanidade.
Sendo a "oração-modelo", que encerra louvor, rogativa e reconhecimento, todas as correntes do Cristianismo haveriam de adotá-la.
O que significa dizer: diariamente, aqui e alhures, seria ela recitada por quase toda a Humanidade terrestre.
O conceito de perdão , segundo o espiritismo, é idêntico ao do evangelho, que lhe é fundamento: concessão, indefinida, de oportunidades para que o ofensor se arrependa, o pecador se recomponha, o criminoso se libere do mal e se erga, redimido, para a ascenção luminosa.
Quem perdoa, segundo a concepção espirita-cristã, esquece a ofensa.
Não conserva ressentimentos.
Ajuda o ofensor, muita vez sem que este o saiba.
Não convém ao aprendiz sincero, sob pena de ultraje á própria consciência, adotar um perdão formal, aparente, socialmente hipócrita.
Perdão formal é o que não tem feição evangélica, guarda rancor, alegra-se com os insucessos do adversário, nega-lhe amparo moral e material.
Relativamente ás vantagens que decorrem do perdão evangélico, e não do formal, podemos destacar a sua influência, salutar e benéfica, em toda a trajetória evolucional do ser humano.
No curso de toda a eternidade.
No plano físico e extrafísico.
N avida presente, na espiritual, nas futuras.
Com relação á vida presente, quem perdoa obtém a graça da consciência tranquila.
Torna-se inacessível ao mal.
Dá impulso evolutivo á própria alma.
Avança, afinal, na senda do aperfeiçoamento.
No tocante á vida do Espaço, depois da morte física, o perdão assegura a descontinuidade do mal.
Evita, assim, obsessões terríveis nas regiões inferiores.
Simbioses psíquicas, dramas pavorosos no Espaço inferior, onde almas torturadas se digladiam durante anos ou séculos.
Quanto ás vidas futuras, o ato sincero do perdão, hoje, tem a faculdade de possibilitar, amanhã, reencarnações felizes, liberadas de compromissos escuros.
Amar o ofensor, reconhecemos, nem sempre é fácil; mas, perdoar-lhe a ofensa, compreendendo-lhe a ignorância e a desventura, e não a maldade, é menos difícil.
A referência ao perdão no "Pai Nosso", oração de todos os dias, "oração de cabeceira", como que revela o objetivo, generoso e co0mpassivo, de Nosso Senhor, no sentido de, cotidianamente, forçar-nos a proferir a sublime palavra: PERDÃO.
E, como os nossos instrutores espirituais nos avisam que " a disciplina antecede á espontaneidade", o contato verbal com o perdão, "perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores", dar-nos-á, por certo, recursos para que o pratiquemos com benevolência e amor.
*
Do livro Estudando o Evangelho
de Martins Peralva
*
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça o seu comentário a respeito deste post aqui