domingo, 30 de maio de 2010

NECESSIDADE DA CARIDADE


"Ainda quando eu falasse todas as linguas dos homens e a lingua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e o címbalo que retine; ainda quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciencia de todas as coisas; ainda quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade nada sou.  E, quando houvesse distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria.
A caridade é paciente; é branda e benfazeja, a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.
Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade"

(São Paulo, 1ª Epistola aos Coríntios, 13:1 a 7 e 13)


De tal modo compreendeu S. Paulo essa grande verdade, que disse:  Quando mesmo eu tivesse a linguagem dos anjos; quando tivesse o dom da profecia, que penetrasse todos os mistérios; quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou.
Dentre essas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade.
Coloca assim, sem equívoco, a caridade acima até da fé.
É que a caridade está ao alcance de toda gente: do ignorante, como do sábio, do rico, como do pobre, e independe de qualquer crença particular.
Faz mais: define a verdadeira caridade, mostra-a não só na beneficencia, como também no conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolencia para com o próximo.

(Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap XV - item III)


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Como podemos observar tanto na bíblia como na vasta literatura espírita, a caridade nos é colocada como necessidade, exigencia máxima para a nossa evolução, "salvação".
Sendo DEUS justiça e inteligencia supremas, não poderia ser de outra maneira, pois exige algo que está ao alcance de todos os homens, tenha ele posses, inteligencia, ou não.
Muitas pessoas não entendem e dizem: mas como poderei ser caridoso se não tenho posses?  Isso se deve pelo fato de as pessoas acharem que caridade se resume em ofertar coisas materiais para aqueles que não possuem, e é claro que esta é uma forma de  caridade também, mas podemos exercitar a caridade de diversas maneiras.
Você não precisa ter posses para fazer preces pelos que sofrem, enfermos, entes queridos, amigos, vizinhos, cidade, país ou pela paz no mundo.
Você não precisa ser sábio para levar uma palavra amiga ao necessitado, desanimado, desiludido, desamparado.
Podemos com preces, palavra amigas, gestos e atos ajudar a muitas pessoas que precisam muito de ao menos serem ouvidas.
Podemos com esses simples atos que não custam nada, levantar o caído, despertar a fé do incrédulo, e até salvar vidas do suicídio.
Podemos da mesma forma ajudar nossos irmãos que desencarnaram também com nossas preces, quantos nas regiões umbralinas, nas trevas expirituais, quantos presos as paixões, vícios, podem ser da mesma forma ajudados?
E quanta caridade estaremos fazendo agindo desta maneira, não é verdade?
É claro que devemos fazer essas coisas sem esperar gratidão, sem interesses, e com alegria, caso contrário seria em vão todo o esforço despendido.
Todo o bem que fazemos hoje para alguém com alegria e amor, estamos beneficiando o próximo mas o maior beneficiado seremos nós mesmos amanhã, estaremos desta maneira preparando o terreno de nossas próximas experiencias espirituais.
Quando por ocasião de nosso desencarne, com certreza seremos recepcionados e ajudados por aqueles que nos antecederam nesta viagem, e que, aqui pudemos de alguma forma ajudá-los.

Qual o valor do pregador eloquente, do sacerdote letrado, do palestrante internacional, se em seus corações não morarem a caridade, fruto do amor ao próximo?
Portanto devemos sim nos instruir, buscar o conhecimento, mas acima de tudo lutar contra nossas imperfeições que nos impedem de fazermos o bem, de execitar a tão preciosa caridade.
Meditemos nisso.


PJC


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sábado, 22 de maio de 2010

SALÁRIOS




"E contentai-vos com os vossos soldos"
JOÃO BATISTA (Lucas 3:14)

A resposta de João Batista aos soldados, que lhe rogavam esclarecimentos, é modelo de concisão e bom senso.
Muita gente se perde através de inextricáveis labirintos, em virtude da compreensão deficiente acerca dos problemas de remuneração na vida comum.
Operários existem que reclamam salários devidos a ministros, sem cogitarem das graves responsabilidades que, não raro, convertem os administradores do mundo em vítimas da inquietação e da insônia, quando não seja em mártires de representação e banquetes.
Há homens cultos que vendem a paz do lar em troca da dilatação de vencimentos.
Inúmeras pessoas seguem, da mocidade á velhice do corpo, ansiosas e descrentes, enfermas e aflitas, por não se conformarem com os ordenados mensais que as circunstâncias do caminho humano lhes assinalam, dentro dos Imperscrutáveis Desígnios.
Não é por demasia de remuneração que a criatura se integrará nos quadros divinos.
Se um homem permanece consciente quanto aos deveres que lhe competem, quanto mais altamente pago, estará mais intranquilo.
Desde muito, esclarece a filosofia popular que para a grande nau surgirá a grande tormenta.
Contentar-se cada servidor com o próprio salário é prova de elevada compreensão, ante a justiça do todo-poderoso.
Antes, pois, de analisar o pagamento da Terra, habitua-se a valorizar as concessões do céu.


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Do livro Pão Nosso
Chico Xavier/André luiz


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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Rumo ao topo



Na vida material precisamos sempre de algum requisito para determinadas ocasiões, na vida espiritual não é diferente. Digamos que a vida material é análoga a espiritual, é claro que não plenamente, mas em alguns aspectos com toda a certeza.
Para podermos dirigir um carro se faz necessário que nos submetamos ás exigências para aquele fim, ou seja, devemos frequentar uma auto escola passar pelas etapas teórica e prática para depois sermos avaliados e aprovados, aí então recebemos nossa carteira de habilitação e só aí é que podemos dirigir.
Ninguém entra em uma faculdade para fazer um determinado curso, sem antes ter que também passar pelas etapas anteriores, ou seja, cursar os graus inferiores e ser aprovado receber o devido diploma para poder estar habilitado a fazer um curso superior.
Pois bem na vida espiritual não é diferente, Jesus nos diz que para alcançar o reino dos céus devemos ser pobres de espírito.
Mas e o que é ser pobres de espírito?
Façamos novamente uma comparação da vida corpórea com a espiritual, e vamos perceber por exemplo, que um policial não tem como deixar de ser soldado ou cabo e passar diretamente ao posto de coronel, ele terá que galgar os postos que estão entre as duas graduações para chegar ao referido posto máximo.
Desta mesma forma temos com relação a vida espiritual que atingir um grau de evolução que nos torne espíritos puros e perfeitos, ora mas para isso é necessário que também subamos degrau por degrau desta escada que nos leva ao topo, e digamos que este topo é a pobreza de espírito, pois o espírito perfeito tem como caracteristica a humildade e o amor ao próximo.
Ser pobre de espírito é não ser orgulhoso, é ser humilde, mesmo sendo uma pessoa inteligente (de acordo com a nossa concepção de inteligência, pois o mais inteligente deste mundo, pouquíssimo sabe), mesmo que ocupe um alto cargo ou função, mesmo sendo próspero, bonito, talentoso, temos que ter a humildade de saber que se somos alguma coisa é porque DEUS o permitiu que fossemos, não para que nos tornássemos orgulhosos ou soberbos, mas geralmente para que pudéssemos exercitar a humildade, e muitos acabam fazendo exatamente o contrário.
Sabemos que todo espírito é criado ignorante e é exatamente aí que entra as etapas a serem vencidas, pois normalmente a própria sociedade nos transmite certos costume que ela tem como certos, mas que acabam nos prejudicando e nos tornando orgulhosos, para nos tornarmos humildes é necessário que aos poucos nos desfaçamos daquelas concepções que a sociedade nos forneceu do certo ou errado, de nossos defeitos, de nossas imperfeições.
Não conseguimos de um dia para o outro nos depurar é um processo que requer esforço, dedicação e vigilancia, mas que é necessário para nossa felicidade futura.
Vejamos o que nos diz Allan Kardec no Evangelho Segundo o Espiritismo a respeito do assunto:

"Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus significar que a ninguém é concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si do que em Deus. Em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e isso por uma razão muito natural: a de ser a humildade um ato de submissão a Deus, ao passo que o orgulho é a revolta contra ele. Mais vale, pois, que o homem, para felicidade do seu futuro, seja pobre em espírito, conforme o entende o mundo, e rico em qualidades morais."

Na vida terrena todo homem tem que batalhar e muito para conseguir alcançar um certo grau de prosperidade e dar um pouco de conforto aos que lhes são caros, e espiritualmente falando não é diferente temos que nos esforçar bastante se quisermos agradar a DEUS e fazermos juz ao nosso galardão, mas para isso podemos contar com amigos valiosos e principalmente nosso mestre e guia Jesus Cristo que nos mostrou o caminho.
Portanto, sigamos a cada dia em nosso esforço pessoal na nossa escalada espiritual  rumo ao topo, sem desanimar.


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PJC

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sábado, 15 de maio de 2010

PERDÃO




"Perdoai as nossas vidas, assim como perdoamos aos nossos devedores"

A transcedentalidade do perdão pode ser aquilatada por um fato aparentemente simples: a sua inclusão, por Jesus, num dos mais importantes documentos do evangelho, tal seja o "Pai Nosso".
Bastaria isso, supomos, para que não pusessem dúvidas quanto ao seu valor; sobretudo, quanto á necessidade de sua prática, do seu cultivo sincero.
Inúmeras vezes fez o mestre refencia ao perdão, destacando-o por valioso e indispensável imperativo á evolução humana.
Interpelado por Pedro se deveria perdoar "sete vezes", respondeu-lhe que deveria perdoar "setenta vezes sete", o que equivale a dizer: perdoar indefinidamente, tantas vezes quantas forem necessárias.
Evidentemente, não tinha Jesus a intenção de fixar, em quatrocentos e noventa vezes, que é o produto de setenta vezes sete, o número de vezes para o seu exercício.
Seria absurdo crer na imperdoabilidade na ofensa de número 491.
O que o mestre quis dizer foi: perdoar todas as vezes em que formos ofendidos.
Dez ou vinte, cem ou quinhentas, mil ou dez mil...Perdoar indefinidamente.
Qualquer pessoa, de mediana compreensão, entenderá isso.
Quando o mesmo Pedro, esquecido do conselho do Cristo, cortou a orelha do servo do sumo-sacerdote, no Getsêmani, renovou ele o ensino do perdão, ordenando: "Embainha a tua espada. porque quem mata pela espada, pela espada também morrerá.
Nessa ocasião, como se vê, não se limitou a ensinar o perdão: explicou-lhe , também, as consequências, segundo alei de causa e efeito, segundo a reencarnação.
Quando ensinava o "Pai Nosso" aos discípulos, acentuava: "Se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.
Do "Pai Nosso" só explicou Jesus o parágrafo referente ao perdão, o que é bem significativo, eis o que lhe mostra a importância.
De outras, em sua caminhada de luz, em seu ministério de bondade, sem referência vocabular, exercitou-o de modo amplo, completo, integral, culminando com o "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem", na intercessão por seus algozes, na cruz.
Incluindo-o, entretanto, no Pai Nosso, quis Jesus fazer um legado permanente, definitivo, á Humanidade.
Sendo a "oração-modelo", que encerra louvor, rogativa e reconhecimento, todas as correntes do Cristianismo haveriam de adotá-la.
O que significa dizer: diariamente, aqui e alhures, seria ela recitada por quase toda a Humanidade terrestre.

O conceito de perdão , segundo o espiritismo, é idêntico ao do evangelho, que lhe é fundamento: concessão, indefinida, de oportunidades  para que o ofensor se arrependa, o pecador se recomponha, o criminoso se libere do mal e se erga, redimido, para a ascenção luminosa.
Quem perdoa, segundo a concepção espirita-cristã, esquece a ofensa.
Não conserva ressentimentos.
Ajuda o ofensor, muita vez sem que este o saiba.
Não convém ao aprendiz sincero, sob pena de ultraje á própria consciência, adotar um perdão formal, aparente, socialmente hipócrita.
Perdão formal é o que não tem feição evangélica, guarda rancor, alegra-se com os insucessos do adversário, nega-lhe amparo moral e material.
Relativamente ás vantagens que decorrem do perdão evangélico, e não do formal, podemos destacar a sua influência, salutar e benéfica, em toda a trajetória evolucional do ser humano.
No curso de toda a eternidade.
No plano físico e extrafísico.
N avida presente, na espiritual, nas futuras.
Com relação á vida presente, quem perdoa obtém a graça da consciência tranquila.
Torna-se inacessível ao mal.
Dá impulso evolutivo á própria alma.
Avança, afinal, na senda do aperfeiçoamento.
No tocante á vida do Espaço, depois da morte física, o perdão assegura a descontinuidade do mal.
Evita, assim, obsessões terríveis nas regiões inferiores.
Simbioses psíquicas, dramas pavorosos no Espaço inferior, onde almas torturadas se digladiam durante anos ou séculos.
Quanto ás vidas futuras, o ato sincero do perdão, hoje, tem a faculdade de possibilitar, amanhã, reencarnações felizes, liberadas de compromissos escuros.
Amar o ofensor, reconhecemos, nem sempre é fácil; mas, perdoar-lhe a ofensa, compreendendo-lhe a ignorância e a desventura, e não a maldade, é menos difícil.
A referência ao perdão no "Pai Nosso", oração de todos os dias, "oração de cabeceira", como que revela o objetivo, generoso e co0mpassivo, de Nosso Senhor, no sentido de, cotidianamente, forçar-nos a proferir a sublime palavra: PERDÃO.
E, como os nossos instrutores espirituais nos avisam que " a disciplina antecede á espontaneidade", o contato verbal com o perdão, "perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores", dar-nos-á, por certo, recursos para que o pratiquemos com benevolência e amor.


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Do livro Estudando o Evangelho
de Martins Peralva


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quinta-feira, 13 de maio de 2010

CIÊNCIA E VIDA



No mundo, possuímos centrais elétricas que asseguram a iluminação de grandes cidades.  Impossível, no entanto, olvidar os milhões de criaturas que ainda se debatem nas trevas da ignorância.

Dispomos de usinas poderosas que geram a força indispensável á manutenção do trabalho em largas faixas do Globo.  Forçoso lembrar, porém, que surpreendemos, em toda parte, legiões de pessoas tombadas em desânimo ou desespero, a caminho da criminalidade ou do suicídio, á mingua de energia espiritual.

Realizamos, com êxito, a ablação de tumores malignos.  Necessário, todavia, observar que ainda não sabemos como impedir a formação dos quistos de ódio que infelicitam as almas.

Construimos palácios de moradia com todos os apetrechos da civilização.  Imperioso, entretanto, anotar que em nenhuma época do passado, tivemos que facear tantos processos de angústia e de obsessão.

Num átimo, escutamos essa ou aquela  mensagem, expedida sem fio, de ponta a ponta do planeta.  Quase sempre, contudo, ignoramos de que modo ouvir, com serenidade e proveito, as queixas do próximo em sofrimento.

Transita-se agora da Terra para a Lua, ultrapassando-se as barreiras da gravitação.  No entanto, muito de raro em raro, aprendemos a separar as trincheiras da indiferença ou da aversão para viajar de uma casa para outra ou de nossa alma para outra, a serviço da paz.

Ciência e Vida, bendita seja a inteligência que esculpe as técnicas avançadas do progresso, responsáveis pelas novas facilidades humanas, entretanto, é preciso reconhecer que sem Jesus Cristo aplicado á nossa própria vida, estaremos sempre andrajosos e famintos de coração.


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Livro Paz e Renovação
Chico Xavier/Emmanuel

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quarta-feira, 5 de maio de 2010

OS PROBLEMAS DA EXISTENCIA



O que importa saber antes de tudo é o que somos, de onde viemos, para onde vamos, quais são os nossos destinos.
As idéias que fazemos do universo e suas leis, do papel que cada um de nós deve exercer sobre este vasto teatro, tudo isso é de uma importancia capital.
É de conformidade com elas que dirigimos os nossos atos.
É consultando-as que fixamos um alvo á nossa vida, e para ele caminhamos.
Eis a base, o verdaderio incentivo de toda a civilização.
Conforme for o ideal, assim é o homem.
Para as coletividades, da mesma que para o indivíduo, a concepção do mundo e da vida é que determina os deveres; mostra o caminho a seguir, as resoluções a adotar.
Mas, como dissemos, a dificuldade em resolver esses problemas, muito freqüentemente, nos faz rejeitálos.
A opinião da grande maioria é vacilante e indecisa, seus atos e caracteres disso sofrem a conseqüência.
É o mal da época, a causa da perturbação à qual se mantém presa. Tem se o instinto do progresso, pode-se caminhar mas, para chegar aonde? É nisto que não se pensa o bastante.
O homem, ignorante de seus destinos, é semelhante a um viajante que percorre maquinalmente um caminho sem conhecer o ponto de partida nem o de chegada, sem saber porque viaja e que, por conseguinte, está sempre disposto a parar ao menor obstáculo, perdendo tempo e descuidando-se do objetivo a atingir.
A insuficiência e obscuridade das doutrinas religiosas e os abusos que têm engendrado, lançam numerosos espíritos ao materialismo.
Crê-se, voluntariamente, que tudo acaba com a morte, que o homem não tem outro destino senão o de se esvanecer no nada.
Demonstraremos a seguir como esta maneira de ver está em oposição flagrante à experiência e à razão.
Digamos, desde já, que está destituída de toda noção de justiça e progresso.
Se a vida estivesse circunscrita ao período que vai do berço à tumba, se as perspectivas da imortalidade não viessem esclarecer sua existência, o homem não teria outra lei senão a de seus instintos, apetites e gozos.
Pouco importaria que amasse o bem e a eqüidade.
Se não faz senão aparecer e desaparecer nesse mundo, se traz consigo o esquecimento de suas esperanças e afeições, sofreria tanto mais quanto mais puras e mais elevadas fossem suas aspirações; amando a justiça, soldado do direito, acreditar-se-ia condenado a quase nunca ver sua realização; apaixonado pelo progresso, sensível aos males de seus semelhantes, imaginaria que se extinguiria antes de ver triunfarem seus princípios.
Com a perspectiva do nada, quanto mais tivesse praticado o devotamento e a justiça, mais sua vida seria fértil em amarguras e decepções.
O egoísmo, bem compreendido, seria a suprema sabedoria; a existência perderia toda sua grandeza e dignidade.
As mais nobres faculdades e as mais generosas tendências do espírito humano terminariam por se dobrar e extinguir inteiramente.
A negação da vida futura suprime também toda sanção moral.
Com ela,quer sejam bons ou maus, criminosos ou sublimes, todos os atos levariam aos mesmos resultados.
Não haveria compensações às existências miseráveis, à obscuridade, à opressão, à dor; não haveria consolação nas provas, esperança para os aflitos.
Nenhuma diferença se poderia esperar, no porvir, entre o egoísta, que viveu somente para si, e freqüentemente na dependência de seus semelhantes, e o mártir ou o apóstolo que sofreu, que sucumbiu em combate para a emancipação e o progresso da raça humana.
A mesma treva lhes serviria de mortalha.
Se tudo terminasse com a morte o ser não teria nenhuma razão de se constranger, de conter seus instintos e seus gostos.
Fora das leis terrestres, ninguém o poderia deter.
O bem e o mal, o justo e o injusto se confundiriam igualmente e se misturariam no nada.
E o suicídio seria sempre um meio de escapar aos rigores das leis humanas.
A crença no nada, ao mesmo tempo em que arruína toda sanção moral, deixa sem solução o problema da desigualdade das existências, naquilo que toca à diversidade das faculdades, das aptidões, das situações e dos méritos. Com efeito, por que a uns todos os dons de espírito e do coração e os favores da fortuna, enquanto que tantos outros não têm compartilhado senão a pobreza intelectual, os vícios e a miséria?
Por que, na mesma família, parentes e irmãos, saídos da mesma carne e do mesmo sangue, diferem essencialmente sobre tantos pontos?
Tantas questões insolúveis para os materialistas e que podem ser respondidas tão bem pelos crentes.


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Livro O Porquê da Vida - Capitulo II
Autor - Léon Denis

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domingo, 2 de maio de 2010

BEM AVENTURADOS OS POBRES DE ESPIRITO


"Bem aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus" (São Mateus, 5:3)

A incredulidade zombou desta máxima, como tem zombado de muitas outras coisas que não compreende.
Por pobres de espírito Jesus não entende os baldos de inteligencia, mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os orgulhosos.
Os homens de saber e de espírito, no entender do mundo, formam geralmente tão alto conceito de si mesmos e de sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecerem a atenção.
Concentrando sobre si mesmos os seus olhares, eles não o podem elevar até DEUS.
Essa tendência, de se acreditarem superiores a tudo, muito amiúde os leva a negar aquilo que, estando-lhes acima, os depreciaria, a negar até mesmo a divindade.  Ou se condescedem em admiti-la, contestam-lhe um dos mais belos atributos: a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que eles são suficientes para bem governá-lo.
Tomando a inteligencia que possuem para medida da inteligencia universal, e julgando-se aptos a tudo compreender, não podem crer na possibilidade do que não compreendem. Consideram sem apelação as sentenças que proferem.
Se se recusam a admitir o mundo invisível e uma potencia extra humana, não é que isso esteja fora de seu alcance; é que o orgulho lhes revolta a ideia de uma coisa acima da qual não possam colocar-se e que fariam descer do pedestal onde se contemplam.
Daí o só terem sorrisos de mofa para tudo o que não pertence ao mundo visível e tangível.  Eles se atribuem espírito e saber em tão grande cópia, que não podem crer em coisas, segundo pensam, boas apenas para gente simples, tendo por pobres de espírito os que a tomam a sério.
Entretanto digam o que disserem, forçoso lhes será entrar como os outros, nesse mundo invisível de que escarnecem.  É lá que os olhos se lhes abrirão e eles reconhecerão o erro em que caíram.  DEUS, porém, que é justo, não pode receber da mesma forma aquele que lhe desconheceu a majestade e outro que humildemente se lhe submeteu ás leis, nem os aquinhoar em partes iguais.
Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus significar que a ninguém é concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si do que em DEUS.
Em todas as circunstancias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de DEUS, e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e isso por uma razão muito natural:  a de ser a humildade um ato de submissão a DEUS, ao passo que o orgulho é a revolta contra ele.
Mais vale, pois, que o homem, para felicidade do seu futuro, seja pobre em espírito, conforme o entende o mundo, e rico em qualidades morais.


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O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capitulo VII itens 1 e 2


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